sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Varandas


Um vermelhão que agarrava as pernas
viva lembrança das brincadeiras.

Chão das tardes de garotos
pisado com pés de nunca mais.
   

Mais uma vez Cidade


Vem o dia com seus ronronares de pulmão cansado.

Amanhece sem manto e sem ousar calor
a dor das cidades entre os fins de todos os começos.
Passam autos, nem sempre móveis
cheios de nada defumando sonhos.

Vem a noite com as juntas estragadas.

Entristece o corpo sem provar amor
ausente fúria da terra, cansam os bichos, coelhos pós coito.
Caem duros, nem sempre mortos
cheios de nada defumando sonhos.


Segue o Tempo


Uma gota de Rum na imensidão das chuvas corre ao Mar.

Expansivo, fonte de vida renovada,
ritmo escorregadio de inconstância,
bravo e poeta
Mar.

O velho silencia frente o sabor das memórias
o jovem medo dos segredos.

Cai na armadilha dos porquês.
Angústia de saber se as águas que criam e renovam,
são as mesmas desde sempre
e através da carne que refrescam, permanecem iguais .

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A manhã de nossas vidas


Fina e cinza
lenta e quieta
fria névoa das pobres manhãs.

Acordam pobres vidas.
Chacoalham pobres carnes.
O manto ainda é noite
quando as filas amontoam.

Meio gozo, meio sono,
meio fumo, meio café
vivemos de calor negado como se tudo fosse metade do que está por vir.