sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Clareia


Sorri com a luz.
Porque ela é feita pra isso.
Feito tua pele devagar bem cedo
com a manhã subindo pelas costas
e o dia no hálito fresco dos cabelos.
Pra isso ela clareia.
Pra sorrir tudo o que há para sorrir.

Bom mesmo é ir


Foi do jeito que veio
de qualquer jeito foi
assim dito e feito
cresceu no peito
meio antes meio depois
quando nada foi tudo
foi do jeito que veio
de qualquer jeito foi. 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Nossa melodia


Sou feito do silêncio
e por isso cuido da noite
como quem se afoga.
Por isso sinto cheiros sem vozes,
beijos sem dores,
como quem nada mais tem.
Cuido sim do que cala.
A poesia é só
como quem balança na brisa.
Sou feito da ausência
por isso cuido de nossa musica
como quem se encontra.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

sábado, 24 de novembro de 2012

Couro,corda, madeira


Segundo eternizado
passado que gira
gira mundo, gira tudo
o corpo que agora gira
gira na vida que sem fim recria.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Maturidade


Sente mesmo porque pesa,
mais que teus muitos sonhos
o peso da noite que vai.

Não se trata de esperar,
o frio vem de toda forma
e deseja a paixão de todo jeito.

Não se trata de madurar,
a voz treme quando menos
e rasga quando mais.

Há só música,
água, relevo, calor,
cada qual ao seu momento.
   
Sente e só.
Mesmo que pese
são teus sonhos e não são poucos. 

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Um cantar à vontade


O riso é uma ilha no domingo.
Vive lá o Baobá,
engraçado que só...
com sua sorte antiga
aos beijos novos.
Vive lá a criança,
teimosa que só...
com o cachorro que pula n’água
aos berros dos velhos.
Vive lá a sereia,
o cantar à vontade
e essas coisas que a liberdade semeia...
O riso é tempo que sopra,
presente bobo do vento
pra onda que brinca na areia.   

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Griô

Os velhos aprenderam a não ouvir
o ruído dos dias,
dos bolsos,
do açoite.

Ensinaram a cantar
no cair da noite
e amar o fogo
na brisa das palmas.

Tudo o que há para saber.

Calaram em cada olhar
o acalanto doce das tardes
a abraçar com os olhos
a pureza das almas.

Disseram com suas mãos grossas
já sumindo na cortina das horas
que não há medo ou vergonha
nem beleza que se imponha.

Há o bem querer
que é fruto cultivado
e não gosta quando o tempo
gira rápido demais.


domingo, 4 de novembro de 2012

Simples

No dia da festa
quero você de algodão

as pessoas vão olhar
com medo que a banda pare.

No dia da festa
você vai ser lavanda

as crianças vão ganhar doces
toda vez que você passar.

No dia da festa
a noite vai ser fresca

e você com seu calor
vai rir de tudo assim.

No dia da festa
quero você pra brincar

e se a sorte me escolher
daqui pra frente tudo vai ser simples.

Todo dia vai ser festa
e você sempre Flor.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

MAIS

Entre a dor e a paixão
melodia em pele, arrepio novo,
segue o corpo ao seu som.

Vai o gozo em cena
seus quadros eufóricos
sua luz amena.

Poeira de não se sabe onde
fina e pura
cega a visão.

E a dor que esteja,
deixa estar, machucar,
o corpo murcha e o hálito dos anos apodrece.

Não nasci pra me importar...
sinto MAIS,
menos não dá.