terça-feira, 30 de outubro de 2012

Muiraquitã

Tem lendas que são reais.
Escondem o sorriso tímido lá no fundo
na espera que alguém em fantasia mergulhe.

E tudo mais é pouco.
O medo do não, a incerteza das horas,
o silêncio da poesia.

Todo presente é a coragem de quem busca
e a beleza de quem cria
mas o todo ainda é pouco.

Mesmo a Lua e suas coincidências,
no vivo desejo da história
que tua vida compartilha.

O medo do não, a incerteza das horas, o silêncio da poesia,
tudo sempre pouco
na tua presença que inspira.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

domingo, 21 de outubro de 2012

Nós



Cantemos.
Será nossa a Vida
e assim também a terra.
A luz, a voz,
tudo que por tudo passa
romperemos.
A sós com nossa coragem 
sem medo cantaremos.
Será nosso o dia.
Por sim, por vós,
lutemos
por toda a graça
sem saber se amanhã virá
a levar tudo que por nós agora passa.

domingo, 14 de outubro de 2012

Para Luiz Carlos, um presente bobo de saudade



nessa Vila sempre nossa em plena Travessa da Amizade


"Em cada palma de mão, cada palmo de chão
Semente de felicidade
O fim de toda a opressão, o cantar com emoção
Raiou a liberdade"
LUIZ CARLOS DA VILA - POR UM DIA DE GRAÇA


Tudo isso nos invadiu.
Todo esse azul.
As crianças correram rindo,
as mães gritaram ralhando
nós como sempre sonhando.
A mesa era a mesma,
nossos pés descalços,
nossa Kizomba sempre armada
sob a lua de Luanda.
Coisa nossa de todas as raças
de vulgar a rei, tudo isso nos invadiu,
ponte lá pro longe dos horizontes.
Nosso prazer de Povo.
Vivo em todas as coisas.
Vivo em todas as partes.
Nós como sempre sonhando.
Poetas.
 

 

Cadência

Tem dias que só o cheiro.
Quente, quieto, devagar
com seu jeito de pedir calma.
Tem dias que tudo para
tudo espera.
Tem dias que só a alma
mais nada fala
e a cadência recupera.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Candeia


É preciso muito mais.
cada negra nota no peito
cada negro chão em tom
sempre muito, muito maior.
Não basta ter inspiração
cada lágrima é suor
cada saudade é paixão
sempre muito, muito maior.
O povo é que vive.
negra, negro
chão , tom,
suor, paixão,
tudo maior, até a ilusão.  

Mambembe

Muito faz que sempre lembra.
Sem beira na telha
toda memória é uma lenda.

IFÁ

Ifá sim Erê,
quem vem lá é um porquê
danado de adivinhar.

domingo, 7 de outubro de 2012

Tu que passa



Acaba com a inútil graça
da existência desse poema
e traz de volta o que já foi um dia
pois agora tudo vai contigo
pra onde quer que seja
o que quer que seja
Tu que passa.

Conforme manda o regimento



... reina a arte em luta
sem palidez que procrie

não há futuro que se saiba
ou certeza que excite

não há manhã que caiba
ou vida que se sacie...