quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Quando cai um corpo que canta

"Mientras pasa la estrella fugaz
acopio en este deseo instantaneo
montones de deseos hondos  y prioritarios
por ejemplo que el dolor no me apague la rabia
que la alegria no desarme mi amor
que los asesinos del pueblo se traguen
sus molares caninos incisivos
y se muerdan judiciosamente el hígado."
Mario Benedetti - Hombre que mira el cielo

Entre frestas de certezas
com jeito infantil de paixão
o som ressoa um canto forte
desses que não há morte
nem receitas de valor.
Quando cai um corpo que canta
o tom dos bichos anuncia
que o vento agora grita mais
e o tempo agora é sempre mais
pois canta o corpo que cai.
De peito aberto
vai como se estivesse chegando
pois partir é chegar em outro
que também sopra, também vibra
que anuncia em fúria:
“- Chega agora um dos que cantam!”
Rezando sim
pra que o canto não cale
e a noite não traga
nenhum sonho em vão.   

Nenhum comentário:

Postar um comentário